Alunos de Ciências Sociais realizam atividade de campo no Quilombo São Roque, em Anajatuba
Por Paula Lima em 5 de May de 2025
Com o objetivo de aprofundar os debates realizados em sala de aula, os alunos do curso de Ciências Sociais do Polo Anajatuba participaram de uma atividade de campo no Quilombo São Roque, localizado no município de Anajatuba.
A iniciativa foi conduzida pelo Prof. Me. Tacilvan Alves, dentro da disciplina Antropologia Contemporânea, e proporcionou aos discentes uma experiência prática de relevância acadêmica e humana.
O encontro contou com a participação direta da União das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Anajatuba – UNIQUITUBA, representada por Eliane Frazão, além das lideranças da associação local da comunidade. A atividade teve apoio da Prefeitura de Anajatuba e da coordenação do Polo.
Segundo o professor Tacilvan, “a proposta teve como base a possibilidade de refletir sobre temas e problemas trabalhados contemporaneamente pela antropologia, tomando como referência um exercício de pensar situações que podem ser investigadas na própria realidade social em que os discentes estão inseridos. Foi também a possibilidade dos alunos exercitarem procedimentos metodológicos como observação direta, registros audiovisuais, entrevistas, aproximando isso das teorias trabalhadas ao longo do semestre”.
A discente Cleia Maria Feitosa Moreira relatou a vivência como um mergulho transformador. “Visitar o quilombo de São Roque, em Anajatuba, foi mais do que uma imersão cultural, foi um encontro com a ancestralidade viva. A noção de território entre os quilombolas de São Roque extrapola os limites físicos da terra. Ali, o espaço é carregado de memória, pertencimento e resistência. Ouvir essas narrativas me levou a compreender que o quilombo não é apenas um espaço de sobrevivência física, mas também um espaço simbólico de reconstrução identitária e reafirmação cultural”, destacou ela.
Cleia também ressaltou a presença marcante da religiosidade afro-brasileira e católica, convivendo em harmonia nas práticas comunitárias. Para ela, a experiência etnográfica no quilombo evidenciou a importância da coletividade e da resistência como fundamentos da identidade quilombola: “O quilombo é território de luta, mas também de esperança. E São Roque é um exemplo vivo disso”.
Já a estudante Yasmin Bogéa reforçou o impacto da atividade no processo formativo. “A visita ao Quilombo São Roque não apenas ampliou nosso entendimento sobre a história e a cultura quilombola, como também nos colocou em contato direto com realidades que muitas vezes passam despercebidas dentro da sala de aula. Nos tornamos mais conscientes, mais envolvidos e mais gratos pela oportunidade de aprender”, frisou.
Por: Paula Lima