Alunos de Letras do Polo Alcântara estudam educação bilíngue e produzem atividades em Libras com temática junina


Por em 14 de July de 2025



Alunos do curso de Letras do Polo Alcântara, estão concluindo a quarta unidade da disciplina de Libras, que tem como foco a educação bilíngue — abordagem pedagógica que integra a Língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais no processo de ensino-aprendizagem de estudantes surdos.

Como atividade prática, os acadêmicos elaboraram um plano de aula alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), utilizando como conteúdo temático as festas juninas. A escolha do tema valoriza sua relevância cultural, especialmente no período em que essas celebrações mobilizam as comunidades. A proposta é garantir que o ensino contemple conteúdos que permitam ao aluno surdo compreender o que acontece em sua realidade, reconhecendo sinais e significados associados a essas tradições.

A professora Dayselene de Casto Ferreira Lima explicou “que o ensino de alunos surdos precisa considerar seu perfil visomotor, com forte predominância do aprendizado por estímulos visuais. Segundo ela, há uma sequência pedagógica recomendada: primeiro imagens, depois o ensino da Libras (incluindo sinais e nomenclaturas específicas) e, por fim, a introdução da Língua Portuguesa escrita como segunda língua (L2). Cabe ao professor ensinar o português como L2 para garantir a plena compreensão e participação do aluno surdo no processo educativo”, afirmou.

Entre as atividades desenvolvidas, os alunos produziram um vídeo interpretando em Libras o hino de Alcântara, colocando em prática o uso da linguagem visual como ferramenta de inclusão e expressão cultural.

A experiência rendeu relatos entusiasmados entre os estudantes. Para Camily Gabrielle dos Santos Barros, o aprendizado superou as expectativas. “Comecei a disciplina acreditando que não iria me sair bem, mas ao decorrer das aulas percebi o quanto a professora Deyse era aplicada! Ela nos deixou confortáveis com a nova língua, nos mostrou que os surdos devem ser humanizados e nos ensinou que cada língua tem sua expressão e seu modo de ver o mundo. O fato também de ela trazer a Prof. Joyzi, como surda raiz, nos fez sentir menos inibidos sobre como nos portar e aprender a língua. Eu amei! Já estou sentindo saudades”, destacou.

Denize Serêjo França destacou o impacto pessoal da experiência: “A disciplina de Libras foi uma experiência enriquecedora e transformadora em minha trajetória acadêmica. Com ela, pude compreender a importância da Língua Brasileira de Sinais como forma de inclusão e respeito à comunidade surda. Aprender Libras ampliou minha visão sobre comunicação e diversidade, além de despertar o interesse por práticas mais acessíveis e empáticas dentro e fora da sala de aula. Foi um aprendizado desafiador, mas muito gratificante”.

Por: Paula Lima



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