Aula de campo leva alunos de Ciências Biológicas do Polo Axixá ao Quilombo Juçaral dos Pretos para vivência interdisciplinar e cultural


Por em 30 de July de 2025



Alunos do curso de Ciências Biológicas do Polo Axixá participaram de uma aula prática de campo na comunidade quilombola Juçaral dos Pretos, localizada no município de Presidente Juscelino (MA). A atividade foi orientada pela professora Hamanda Soares e integrou os conteúdos da disciplina Metodologia do Ensino de Biologia.

Com o objetivo de promover uma experiência interdisciplinar e contextualizada, a aula foi planejada com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (Resolução CNE/CEB nº 8/2012) e na Lei nº 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. A proposta foi unir o ensino de biologia aos saberes ecológicos tradicionais, valorizando a cultura e a realidade da comunidade quilombola.

A programação da aula incluiu uma roda de conversa com lideranças locais, na qual foram apresentados aspectos da vida comunitária, da espiritualidade, dos saberes tradicionais, da educação e do atendimento à saúde. Após o diálogo inicial, os alunos realizaram uma caminhada de observação pelo território, identificando espécies e interações ecológicas locais. A vivência foi encerrada com uma apresentação cultural de Tambor de Crioula e uma roda de côco, momentos em que os estudantes também participaram ativamente, cantando e dançando com os moradores.

Para a professora Hamanda Soares, a atividade foi fundamental para ampliar o olhar dos futuros professores de biologia. “Aulas como essas têm a importância de despertar nos nossos alunos um olhar crítico e interdisciplinar no desempenho de suas práticas. Compreender a diversidade dos povos do estado é essencial para a contextualização da educação escolar em diferentes espaços. Foi uma experiência enriquecedora, que fortalece o capital cultural dos nossos estudantes”, destacou.

A professora também ressaltou a participação ativa da turma, enfatizando a organização e o engajamento dos alunos. A logística da atividade contou com o apoio de uma das discentes, que já atuou como professora na escola da comunidade, o que facilitou a articulação e acolhida.

A aluna Mayra da Silva Santos relatou a experiência com entusiasmo: “A aula de campo foi bastante enriquecedora. Fomos muito bem recebidos pela comunidade, que compartilhou sua história, crenças e vivências. Estar ali, dentro do quilombo, convivendo e participando das manifestações culturais, foi algo muito marcante. Participamos da dança do coco, do tambor de crioula, e percebemos o quanto essa cultura é linda e, infelizmente, muitas vezes negada por preconceito — até mesmo dentro da própria comunidade. Foi uma vivência que nos fez refletir sobre identidade, pertencimento e valorização das nossas origens”.

Por: Paula Lima



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