Aula de campo transforma o Centro Histórico de São Luís em sala viva para alunos de História do Polo Buriti
Por Paula Lima em 21 de July de 2025
Alunos do curso de História do Polo Buriti participaram de uma aula de campo no Centro Histórico de São Luís. Guiados pelo professor Fladney Francisco da Silva Freire, os estudantes da disciplina História do Brasil Colonial mergulharam em uma jornada de imersão cultural, onde ruas, fachadas, aromas e sons revelaram os múltiplos capítulos da formação do Maranhão e do Brasil.
Durante a visita, os alunos percorreram locais emblemáticos da capital maranhense. As ruas de pedras, os casarões cobertos de azulejos portugueses e as construções coloniais serviram como documentos vivos que narram a ocupação portuguesa, a presença religiosa e as marcas profundas deixadas pela diáspora africana.
O Convento das Mercês foi uma das primeiras paradas. A edificação, marcada pela influência do cristianismo e pela trajetória de transformações políticas — de espaço religioso a sede da Fundação José Sarney — proporcionou reflexões sobre as múltiplas camadas da história local.
A experiência se aprofundou com a visita ao Museu da Diáspora Africana, onde os alunos foram tocados por relatos de resistência e dor que atravessaram o Atlântico. No Museu do Tambor de Crioula, os sons dos tambores ecoaram não apenas nos ouvidos, mas no corpo de cada participante, mostrando como a cultura afrodescendente permanece viva e pulsante.
“Foi possível sentir a força da ancestralidade no ritmo, na dança e na expressão corporal”, comentou o professor Fladney.
A aluna Daelma Braga Moreira Viana destacou a relevância da aula. “Foi uma experiência muito rica. Visitamos pontos importantes como o Convento das Mercês e o Museu da Gastronomia, que nos mostrou como a culinária também guarda marcas do passado colonial. Finalizamos no Museu de Paleontologia e Arqueologia Natural do Maranhão, explorando vestígios que ajudam a entender as origens e transformações do território”, disse ela.
Já Lucas Machado trouxe uma análise crítica e aprofundada sobre a atividade: “Logo no início fomos apresentados ao monumento da Diáspora Africana no Maranhão, que retrata as origens do comércio negreiro no estado. Depois, seguimos para o Convento das Mercês, que tem ligações com a Igreja, com a segurança pública e com a trajetória política do ex-presidente José Sarney. Encerramos no prédio da Uema, que nos referencia, e no Museu do Tambor de Crioula, que mostra a força da herança afro-brasileira”.
A visita ao Museu da Gastronomia Maranhense também foi um ponto alto do passeio, despertando memórias afetivas e permitindo que os estudantes compreendessem como a comida também é expressão de história e identidade. Entre pratos como arroz de cuxá, peixe frito e sucos de frutas típicas, a cultura se revelou em cada sabor.
Para Rejane da Conceição Lopes, a atividade extrapolou os muros da universidade. “Foi uma experiência muito boa e importante para nossa formação. Vi como nosso Maranhão é rico em cultura, costumes e gastronomia. Cada museu e cada lugar visitado contou um pouco da história do nosso estado e do nosso ex-presidente José Sarney. Percebi o quanto ainda temos a aprender sobre nossa capital e nossa própria história”, frisou.
Em suas palavras finais, o professor Fladney destacou: “Mais do que cumprir um roteiro, essa aula foi uma travessia no tempo. São Luís, com sua pluralidade, permitiu que o estudo da história colonial ganhasse corpo, cheiro, som e sabor. Uma experiência que certamente ficará marcada na memória de quem participou”.
Por: Paula Lima