Alunos de Geografia têm aula de campo em Alcântara e vivenciam a Pedologia na prática


Por em 7 de August de 2025



Os alunos do curso de Geografia do Polo Turiaçu tiveram aula de campo em Alcântara. Sob a orientação da Profa. Ma. Marinalva Costa, que ministra a disciplina Pedologia, o objetivo foi profundar o estudo da Pedologia por meio da observação direta de fenômenos relacionados à erosão, conservação, uso e ocupação dos solos ao longo do trajeto pela rodovia MA-106 e na área urbana da histórica cidade de Alcântara. No percurso eles pararam em Pinheiro e Bequimão.

A atividade permitiu que os alunos integrassem teoria e prática, reconhecendo a importância dos solos na constituição do espaço geográfico, objeto central de estudo da Geografia.

A primeira parada ocorreu no município de Pinheiro, às margens do rio Pericumã. Nesse ponto, a equipe realizou uma análise inicial sobre os diferentes usos dos solos locais. Na segunda parada, no município de Bequimão, os estudantes analisaram propriedades físicas dos solos em uma propriedade rural cedida gentilmente pelo senhor José de Ribamar Costa, conhecido como “Zeca Costa”, e sua esposa, Sra. Glória Tavares.

O agricultor compartilhou suas observações sobre os desafios impostos pelo solo argiloso da região: “Esses solos apresentam uma liga porque possuem muita argila e dificultam o desenvolvimento das atividades, principalmente no período chuvoso”.

A interação com os moradores foi destacada como essencial para integrar os saberes tradicionais aos conhecimentos científicos, enriquecendo a compreensão das limitações e potencialidades dos solos da região.

Em Alcântara, a terceira parada da aula de campo foi uma área de deposição de sedimentos oriundos do porto do Cujupe, onde os alunos puderam observar os impactos das intervenções humanas no ambiente natural. Já na quarta e última etapa, os discentes percorreram a área urbana de Alcântara, conhecendo suas riquezas históricas, culturais e ambientais.

Durante a caminhada, além de registros fotográficos, foi feita a análise de uma área com presença de rocha sedimentar às margens da Baía de São Marcos. A cidade, inserida nos domínios geomorfológicos da Planície Costeira e dos Tabuleiros Costeiros Maranhenses, foi uma verdadeira sala de aula a céu aberto para a compreensão da dinâmica dos solos e suas relações com o relevo e as atividades humanas.

Ainda em Alcântara, o grupo visitou o Museu da Aeronáutica, onde foi apresentado ao funcionamento do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), ampliando o caráter interdisciplinar da atividade.

A experiência prática foi considerada enriquecedora por todos os participantes. A graduanda Maria Quintina Carneiro de Araujo expressou o impacto pessoal e acadêmico da atividade: “A experiência me permitiu compreender a Pedologia para além dos slides e das aulas teóricas. O conhecimento se mostrou com textura, cor, cheiro e história. […] Voltei transformada, com o coração cheio e a cabeça cheia de ideias”.

Já Jaciane da Silva Fernandes destacou a conexão entre teoria e prática. “Reconhecer um solo formado por sedimentos foi uma experiência surreal. Ver, em campo, o que aprendemos em sala reforça que a UEMA está nos oferecendo uma oportunidade única de aprendizado”, disse.

O discente Kylton Kayky Andrade Frois ressaltou a relevância do campo na formação geográfica. “Aprendemos de perto sobre a importância da Pedologia dentro da Geografia. Foi um abrir de portas para conhecer um novo lugar por meio do conhecimento”, frisou.

Para Maria da Graça Santana de Sousa, a aula de campo representou uma ampliação significativa de saberes: “Pudemos integrar teoria e prática como ferramentas essenciais para nossa formação docente. A cidade de Alcântara nos ofertou descobertas riquíssimas, tanto no solo quanto no seu contexto histórico e cultural”.

A graduanda Luciana Domingues Ribeiro sintetizou a importância da vivência para a formação pedagógica: “Mais do que uma visita, a aula de campo permitiu observação direta, escuta ativa e reflexão coletiva — fundamentais para uma prática docente ética e transformadora. Aprender fora da sala de aula amplia horizontes e fortalece vínculos com o conhecimento”.

A atividade de campo reforça o compromisso do curso de Geografia em formar profissionais críticos, sensíveis às dinâmicas socioambientais e preparados para atuar de maneira contextualizada na educação básica.

“Além de oferecer uma compreensão aprofundada sobre os solos maranhenses, a vivência possibilitou aos discentes desenvolver habilidades técnicas, ampliar a percepção territorial e fortalecer a relação entre teoria, prática e realidade local — princípios fundamentais para a atuação docente e para o exercício ético da Geografia”, ressaltou a professora Marinalva.

Por: Paula Lima



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