Alunos de Ciências Sociais do Polo Pastos Bons realizam aula de campo na Comunidade Quilombola Cascavel


Por em 23 de June de 2025



Os alunos do curso de Ciências Sociais do Polo Pastos Bons participaram de uma aula de campo na Comunidade Quilombola Cascavel, localizada no município. A atividade foi promovida no âmbito da disciplina Antropologia Afro-Brasileira, sob a orientação da Profa. Rayssa Reis.

A iniciativa teve como principal objetivo proporcionar aos estudantes uma experiência direta com a realidade sociocultural da comunidade quilombola, fortalecendo a compreensão prática dos conteúdos debatidos em sala de aula. Por meio da escuta atenta, da observação e do diálogo com os moradores, os alunos puderam refletir sobre as dinâmicas sociais, culturais e históricas que compõem a identidade quilombola, além de valorizar os saberes tradicionais e fortalecer o respeito à diversidade étnico-racial.

Durante a visita, eles tiveram a oportunidade de ouvir o relato emocionante de Dona Maria Raimunda, de 97 anos, uma das moradoras mais antigas da comunidade, que compartilhou sua história de vida marcada pela resistência e pela luta em defesa da cultura quilombola. Outro momento marcante foi a palestra do Prof. Alan Edno — também morador da comunidade e Coordenador de História da África e das Etnias Raciais — que falou sobre o processo de luta pela titulação das terras da comunidade, os desafios enfrentados e as conquistas ao longo dos anos.

A aula de campo permitiu aos estudantes conectar a teoria à vivência prática, como destacou a aluna Daniela Matias. “Essa aula de campo foi bem interessante, nos tirou da sala de aula para conhecer a comunidade, como foi criada, quem mora lá. Isso foi de grande importância para a nossa formação”, disse ela.

A aluna Francisca Alyne também reforça a relevância da experiência: “Vivenciar a realidade e as histórias de vida dessa comunidade, que está presente em nossa cidade, mas muitas vezes é desconhecida, nos permite romper com preconceitos. Ver de perto como vivem essas pessoas enriquece a nossa formação e dá outro sentido ao que aprendemos em sala”.

Para o professor Alan Edno, a presença dos estudantes na comunidade representa um aprendizado mútuo. “Essas aulas de campo são importantes para tirar o estresse dos acadêmicos e, principalmente, para que eles adquiram conhecimento diretamente com os mais velhos, que trazem saberes que muitas vezes nem nós, como professores, temos. Que venham sempre! As portas estarão sempre abertas”, destacou.

A professora Rayssa Reis ressaltou que a atividade extrapola os muros da universidade. “Mais do que uma visita, essa aula de campo representa uma experiência de aprendizagem prática, em diálogo direto com a realidade de uma comunidade marcada por resistência e luta. Ao promover a escuta e o contato direto com os moradores, ampliamos o olhar dos futuros cientistas sociais, fortalecendo uma formação crítica, cidadã e comprometida com a valorização das culturas tradicionais”, frisou.

A atividade promoveu a aproximação entre o conhecimento acadêmico e os saberes tradicionais das comunidades quilombolas.

Por: Paula Lima



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